Pensemos amigos...

REFLETIR, SOLUCIONAR, PENSAR, PROBLEMATIZAR...AGIR!!!!

"Todo o homem honesto deveria tornar-se filósofo, sem se vangloriar em sê-lo." (Voltairé)

domingo, 30 de outubro de 2011

Refazer



   Um dia estive nas trevas tendo a plena convicção de que estava na luz e de que, quem não estivesse comigo estava nas trevas. Muitos me acompanhavam. Hoje, sinto-me como quem caminha em meio à claridade da Verdade. Porém, bem menos acompanhado que anteriormente.


   O caminho que conduz à Verdade é para poucos. É para aqueles que a cada dia se entendem em trevas e perspectivam luminosidade para o seu caminho, por mais luminoso que esteja este. Um homem honesto e fiel por aquilo que tem por convicção, não tem medo das consequências sociais de suas escolhas, nem se faz refém de tais consequências. Não tem medo de se reinventar, nem de se redescobrir. De apagar uma parte do quadro da pintura até então considerada acabada e uma obra de arte. De substituir algumas palavras em uma composição que para gozo e vaidade do artista, já estava na boca do povo.

   O princípio da honestidade, pelo que tenho aprendido a curtos, porém relevantes passos, está na humildade e na ousadia. Humildade para reconhecer não saber tudo. Ousadia para não precisar saber tudo, em meio aos que crucificam quem não se vê com toda a Verdade do universo em suas mãos.

domingo, 7 de agosto de 2011

Sentindo estar perdido (música composta em 08/08/2011)

Existem homens que saberão
Existem homens que pensarão saber
Existem seres que sentirão
Que saberão o que é sentir


Confuso, mas entregue
Surpreendido pelo coração
Quando se busca entender o sentido
Do que só se entende sentindo
Sentindo estar perdido
Perdido encontro o caminho
Que me leva
Pro amor

terça-feira, 28 de junho de 2011

Desertor (música composta em 29/06/2011 )



Soa em meu peito um sentimento tao profundo
Mistura de alegria e tristeza
Ecoa a voz que me faz
Caminhar em direção
Da Verdade que eles dizem que não posso ver
Nem chegar à tocar


Desertor, de falsas esperanças
Traidor, de um corpo fechado em si
Infiel,  à pátria que se diz celeste
Sou mais um
Vencido pelo amor

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sabendo a hora de parar...

 

    "Uma longa disputa, significa que ambas as partes estão erradas."
(Voltaire in. CURY, Fernanda. A vida e o pensamento de Voltaire. Minuano Cultural, p. 8)


       Não é preciso saber muito sobre Voltaire para chegar à conclusão de que o mesmo escrevia e agia, muitas vezes, de maneira à atender os seus interesses individuais, ainda que o mesmo discursasse de maneira à prezar pelo coletivo. Mas, mesmo sabendo dessas imperfeições, é inegável a relevância e a sabedoria de muitas das falas deste grande poeta, dramaturgo e filósofo do século XVIII.  Gostaria de deixar aqui minha sugestão frente à um auto-exame que tenho feito frente à atenção que dou à determinadas discussões, muitas vezes desnecessárias.
 
     O que toca o meu espírito na fala de Voltaire, somada com a imagem acima que representa uma disputa desigual, é perceber que inúmeras vezes nós, que nos esforçamos para concebermos uma leitura de mundo mais honesta intelectuamente e também em essência prática, acabamos por nos contradizer quando fazemos usufruto dos conhecimentos adquiridos para debulharmos alguém em uma acalorada discussão, que talvez não tenha tido ás mesmas oportunidades de acesso ao conhecimento que nós tivemos. Deste modo, nos fazemos tão tolos quanto aquele que  insiste veementemente em um debate sem estar disposto à pensar de maneira humilde, respeitando e considerando a possibilidade do outro estar certo em seus argumentos.

    Não jogar pérolas aos porcos é também uma atitude de amor. Considerar que todos estamos na condição de porcos, em distintas situações, também deve ser uma.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Uma espécie em extinção: os cristãos. (Parte 2)



Dando continuidade ao texto anterior, onde introduzi o tema à ser tratado nas próximas postagens, destacando algumas palavras de Liev Tolstói, o nada famoso (infelizmente) escritor russo, proponho à vocês leitores que juntos, continuemos à observar as palavras de Tolstói e sua leitura frente ao que vieram a oficializar como “Cristianismo”, mas que em nada se assemelha às ações efetuadas pelo simples e humilde Cristo que dizem as atuais e históricas vertentes cristãs basearem a sua pregação.
Um dos pontos evidenciados por Tolstói em sua obra O Reino de Deus está em vós que gostaria de trabalhar, esta presente no capítulo 2 da mesma, intitulado Opiniões dos fiéis e dos livres pensadores sobre a não resistência ao mal por meio da violência. Este ponto trata de um problema não muito novo, muito menos incomum, tanto entre os seguidores de Cristo como entre os livres pensadores do cotidiano e das relações humanas. O problema tratado aqui por Tolstói é o da justificativa do uso da violência por conta de uma possível “extinção dos bons”. E, para tratar dessa questão, Tolstói cita um homem por demais influente no que diz respeito à formação do cristianismo como conhecemos hoje. O apelidado “boca dourada” (e veremos mais adiante o porque deste título): João Crisóstomo.
Vejamos a seguinte fala de Tolstói, onde ele aponta tal justificativa como a segunda entre as cinco mais usadas pelos cristãos ao longo da história para fazerem uso da violência:

“O segundo meio — um pouco menos grosseiro — consiste em reconhecer que o Cristo ensinava, é verdade, a dar a face e o manto, e que esta é, realmente, uma elevada moral..., mas... uma vez que, sobre a terra, existe um grande número de malfeitores, é preciso mantê-los pela força, para que não se veja perecerem os bons e até mesmo o mundo inteiro. Encontrei pela primeira vez este argumento em São João Crisóstomo e demonstro sua falsidade em meu livro A minha religião.
Este argumento não tem valor porque, se nos permitimos declarar, não importa quem, um malfeitor fora-da-lei, destruímos toda a doutrina cristã segundo a qual somos todos iguais e irmãos, na qualidade de filhos de um só Pai Celeste. E mais, ainda que Deus houvesse permitido a violência contra os malfeitores, sendo impossível determinar de modo absolutamente certo a distinção entre o malfeitor e aquele que não é, aconteceria que os homens e a sociedade se considerariam mutuamente malfeitores: coisa que hoje existe. Enfim, supondo que fosse possível distinguir com segurança um malfeitor daquele que não é, não se poderia encarcerá-lo, torturá-lo e condená-lo à morte numa sociedade cristã, porque não haveria nela ninguém para cometer tais atos, sendo qualquer violência proibida ao cristão.”
Tolstoi, Liev. O reino de Deus está em vós. Best Bolso. Rio de Janeiro, 2011, p.41.

Ora, devo admitir que a elucidação de Tolstoi frente ao que o cristianismo contemporâneo prega é perfeita. Tal justificativa não é, e nem pode ser reconhecida como pautada nos preceitos e na prática de Cristo. Observamos ao longo dos relatos do Novo Testamento diversas passagens, além do chamado “Sermão do Monte” (que até o século XVI não tinha este título, mas isso é assunto pra outra oportunidade), em que Jesus condena seus próprios seguidores por pensarem ser a violência uma arma a ser utilizada em prol da justiça entre os homens. Vejamos o seguinte relato do livro de João:


“Tendo Jesus dito isto, saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um horto, no qual ele entrou e seus discípulos.

E Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com os seus discípulos.
Tendo, pois, Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e archotes e armas.
Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se, e disse-lhes: A quem buscais?
Responderam-lhe: A Jesus Nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava com eles.
Quando, pois, lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra.
Tornou-lhes, pois, a perguntar: A quem buscais? E eles disseram: A Jesus Nazareno.
Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois, me buscais a mim, deixai ir estes;
Para que se cumprisse a palavra que tinha dito: Dos que me deste nenhum deles perdi.
Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco.
Mas Jesus disse a Pedro: Põe a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu?
Então a coorte, e o tribuno, e os servos dos judeus prenderam a Jesus e o maniataram.”

Texto extraído da Bíblia Sagrada versão João Ferreira de  Almeida corrigida e revisada fiel. Livro de João, cap 18, vers 1 – 12.

Preciso dizer que a apologia ao uso da violência feita por homens como “São” João Crisóstomo contradizem as palavras e a prática de Cristo? Gostaria de propor à vocês leitores uma reflexão frente às diversas justificativas para o uso da violência, dentre elas a citada anteriormente por Tolstoi. Na próxima postagem tentarei abordar para uma melhor compreensão de todos a figura de João Crisóstomo. Quem foi tal personagem e como o mesmo influenciou o atual cristianismo, seja ele católico apostólico romano ou protestante de qualquer vertente.
Grato à todos pela atenção que tem tido para com este espaço nos últimos dias. Um agradecimento em especial aos amigos Marcílio P. Mendes (mais conhecido como Júnior), Railton Guedes e Vento Suzano Farias Lima, que têm trabalhado para proporcionar à pessoas como eu, leituras que ajudem à compreendermos melhor ás palavras de Cristo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Uma espécie em extinção: os cristãos. (Parte 1)


Após um considerável espaço de tempo sem pegar em uma caneta e em um caderno, refletir sobre coisas que considero de grande relevância para a sociedade contemporânea, sentar na frente do computador e, por fim, resolver transmitir o resultado de tais reflexões por este pequeno, porém importante espaço virtual, decidi mais uma vez contribuir de alguma forma para a difusão do conhecimento que conduz à Verdade e à mais nobre possível das leituras de mundo que algum ser humano pode vir a ter. Aquela que se distancia dos limites impostos por esse sistema sócio-econômico que fazemos parte.
Mas, reconheço que de nada importam quaisquer palavras que aqui expresso, frente as palavras que tem sido à mim apresentadas. Essas palavras que cito, são de tamanha sabedoria, que têm me feito entender que não tenho as mínimas condições de me reconhecer como um “pequeno cristo”[1] frente a prática ais pura dos atos daquele o qual dizem as instituições religiosas (ditas cristãs) seguir os ensinamentos e até mesmo a prática.
As palavras as quais me refiro, que tem sido tão divisórias entre a alma e o espírito quanto as palavras contidas no próprio cânon, são do escritor russo Liev Tolstói (1828 – 1910), e estão contidas em sua obra “O Reino de Deus está em vós”.
Antes de adrentar às palavras de que tanto falo, gostaria de ressaltar que tenho acompanhado as mesmas, seguidas sempre de outros textos, de homens tão sábios e tão dispostos a viver o Evangelho puro e simples quanto Tolstói. Ao longo de meus textos, farei uso de algumas citações destes também, afim de propagar tais ideais e contribuir para a emancipação dos homens frente ao que vem a significar de fato a teoria e a prática dos ditos “pequenos cristos”.
Deixo-vos na expectativa frente ao assunto que será colocado em cheque por mais alguns dias ainda. Para dar uma bela pitada do que virá pela frente , ficam aqui duas citações de Tolstói na obra citada anteriormente “O Reino de Deus está em vós"
“As igrejas são ás mesmas por toda a parte e, se as igrejas católica, anglicana, luterana não têm nas mãos um governo assim tão dócil, não é, certamente, porque não o desejem. Uma igreja, qualquer que seja, não pode deixar de não visar o mesmo objetivo da igreja russa, isto é, encobrir o verdadeiro sentido da doutrina de Cristo e substituíla por um ensinamento que a nada obrigue e que, sobretudo, justifique a existência de bonzos nutridos à custa do povo.
Acaso age de outro modo o catolicismo, quando proíbe a leitura do Evangelho, quando exige uma submissão cega aos chefes da igreja e ao papa infalível? Acaso ensina o catolicismo algo diferente do que ensina a igreja russa? O mesmo culto externo, as mesmas relíquias, os mesmos milagres, as mesmas estátuas milagrosas, a Madona e as procissões, os mesmos raciocínios afetados e nebulosos sobre o cristianismo nos livros e nos sermões; na verdade, o mesmo encorajamento à mais vulgar idolatria”.
(TOLSTOI, Liev. O Reino de Deus está em vós. BesBolso. Rio de Janeiro, 2011, p.81)


“Mas, ainda que os homens quisessem se esforçar para acreditar na doutrina das Igrejas da forma como é ensinada, e a difusão da instrução e do Evangelho, oporiam à sua crença um obstáculo intransponível.
Bastaria ao homem de nosso tempo comprar por três moedas o Evangelho e ler as palavras de Cristo. Palavras que não requerem qualquer comentário, como aquelas ditas à samaritana[2], isto é, que o Pai não precisa de fiéis, não em Jerusalém, nem neste ou naquele monte, mas de fiéis no espírito e na Verdade; ou como as que afirmam que o cristão deve orar, não como um pagão no templo, mas secretamente, em retiro, e que o discípulo de Cristo a ninguém deve chamar de Mestre[3]; bastaria ler estas palavras para se convencer indiscutivelmente que os pastores das igrejas que chamam a si mesmos de Mestres, contrariamente à doutrina de Cristo, e que discutem entre si, não têm autoridade alguma, e que aquilo que ensinam não é o cristianismo.”
(TOLSTOI, Liev. O Reino de Deus está em vós. BesBolso. Rio de Janeiro, 2011, p.83)



[1] O termo cristão quer dizer exatamente pequeno cristo. Os primeiros seguidores de Jesus receberam esse título na cidade de Antioquia, na Grécia. O nome dado pelos gregos à estes seguidores remete à prática dos mesmos, que se diziam imitadores de seu mestre, o Cristo, conforme o relato do livro de Atos. Vejamos: "Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos." (At 11:26)

[2] Referência ao texto de João 4.5-42.


[3] Referência ao seguinte texto: "Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; e fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, e amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado" (Mateus 23,1-12).

sexta-feira, 25 de março de 2011

Brincalhão...(música composta em 2010)





Como é bom sorrir
Como é bom brincar
Inocente como uma criança eu vou!!


Como é bom pensar
Sem medo de ser feliz
Corro pra desafiar minha própria coragem


Com um sorriso na cara , eu falo sério
Com o meu nariz de palhaço e as luvas nas mãos
Eu vou pra luta, contando história
e me esquivando da inibição
Querem me fazer pensar que estou cego
Mas na verdade sou  um grande brincalhão


Que brinca de pensar!
Que brinca de achar os por quês
Que gosta de raciocinar
Que brinca de achar o saber...